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Trabalho infantil, diga não


Quando eu tinha 13 anos comecei a trabalhar. Era babá. Cuidava de dois garotinhos e uma garotinha.
Trabalhava à tarde e estudava de manhã, nunca perdi um dia de aula por causa do meu trabalho.
Eu me lembro de ter também bastante tempo pra brincar.

Meu trabalho, como disse, era cuidar de três crianças.
Era na casa delas. Na maior parte do tempo, eu ficava apenas com um bebê de pouco mais de um ano.
Ficávamos em casa vendo TV e brincando.
A única coisa mais difícil que fazia era lavar as fraldinhas dele. Naquela época, ele usava fraldas de pano.
Não acho que o trabalho me prejudicou em nada.

Mas veja bem, meu trabalho era cuidar e brincar com um bebê.
Quando falo em trabalho infantil, não penso nessa minha primeira experiência profissional.

Eu penso nas crianças que trabalham em colheitas por 8, 10, 12 horas seguidas.
Tendo sol ou chuva. Independente de estar doente ou sadio.
Essas crianças costumam ficar fora das escolas e das brincadeiras normais na infância.

No Brasil, cerca de 2,7 milhões de crianças e adolescentes vivem essa situação.
E sei que sem o trabalho dos filhos, muitas famílias não têm o que comer.

Mas essa é uma questão que não pode ser banalizada. Não pode ser apenas olhada pela ótica do ‘trabalho que edifica o homem’. _
Em muitos casos, ainda é muito cedo pra pensar em trabalho.

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