Sabe aqueles dias realmente difíceis? Aqueles dias que você só quer deitar na sua cama, debaixo de um cobertor quentinho, beber um vinho ou um chocolate quente e assistir um bom filme? Então, eu estava nesses dias.
Fomos ao shopping comprar algumas coisas que estávamos precisando e estava praticamente impossível fazer qualquer coisa. Foi um dos piores dias dos meninos. Eles corriam e gritavam por todo shopping. Eu mandava parar e não durava nem 30 segundos. Nas lojas, eu via a hora que seríamos expulsos. Resumindo, estava bem difícil.
Em certo momento do nosso passeio, os meninos queriam comer algo. Sentados na praça de alimentação, esperando meu marido voltar com algumas esfirras, o peso de todo dia tomou conta de mim. Eu estava com meu caçula no colo e o mais velho sentado na cadeira ao lado comendo alguns pasteis.
Eu estava tão cansada que eu apenas parei e fiquei ali olhando pro nada.
O José, com sua sensibilidade infinita, desceu da cadeira, chegou bem pertinho de mim e me deu um beijo bem demorado, seguido de um sorriso encantador. Depois ele arrastou a cadeira pra mais perto de mim, se sentou em silêncio e segurou minha mão. Ficamos ali um tempo e, chorona que sou, enchi os olhos de água. O José vendo aquilo, levantou, ficou atrás da minha cadeira e comoçou a fazer carinho no meu cabelo. O tempo todo em silêncio, sorrindo com cumplicidade. E ele enceroru falando que eu era linda.
Nesse momento, tudo deixou de ter importância. O peso continuava lá, mas eu tinha uma grande ajuda para carregá-lo.
Ter um filho vai muito além dos prazeres da maternidade. É se dedicar e se anular. É se esforçar ao máximo. Mas é ser presenteada todos os dias com o grande milagre do amor incondicional.
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