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A escolha certa na hora do parto


VIDA REAL 

Outro dia vi uma postagem dizendo que "falta de dilatação" não é desculpa pra não ter parto normal. A mesma postagem dizia que não existe "falta de dilatação", que isso seria desculpa pra optar pela cesária.

Me senti ofendida pela publicação. Quer saber o motivo? Senta que lá vem história....

Na minha trigésima sexta semana de gestação entrei em trabalho de parto. Às 3 horas da manhã minha bolsa rompeu e corri com meu marido pro hospital. Primeiro filho a gente fica desesperado, né?

Meu médico estava viajando e corri pro plantão. Com o rompimento da bolsa, começaram as contrações, cada vez mais fortes e cada vez mais próximas. Fiz 2 exames de toque com médicos diferentes (enquanto eu estava no hospital, mudou o plantão) e em ambos os casos, falaram que eu não tinha dilatação. Às 9 horas da manhã o médico decidiu pela cesária.

Dois anos depois engravidei pela segunda vez e estava obstinada a ter um parto normal. Procurei um médico que é referência na humanização de parto e fiz o acompanhamento com ele.

Minhas contrações começaram na madrugada de sábado pra domingo. Eu estava completando 40 semanas de gestação. As contrações eram fracas e fiquei em casa. Às 15:15 minha bolsa rompeu e as contrações começaram a ficar mais fortes. Já era mais de 17 horas quando ligamos pro médico. Como as contrações estavam espaçadas, ele pediu pra eu voltar a ligar às 20 horas.

Com as malas prontas, e a contração cada vez mais forte e próxima, segui para o hospital às 22 horas. No primeiro exame de toque meu médico disse que a minha dilatação era mínima. Pediu que eu aguardasse mais. Aguardei. Entrei na sala de parto às 2:30 da manhã. Mais um exame de toque, sem sucesso. O médico, referência em parto normal, segurou na minha mãe e disse que teria que ser uma cesária. O Theo nasceu 45 minutos depois.

Fiquei frustrada? Não! Não tenho motivos pra ficar. Eu fiz o meu melhor, tentei, e não deu. As coisas são assim, acontecem.

E sabe aquela mamãe que escolheu marcar o dia do parto. Se arrumou, escovou o cabelo e pintou as unhas, caprichou na maquiagem? Ela é mãe igual você que escolheu passar pela experiência do parto normal.

As vezes ficamos tão obcecados com o que consideramos como o certo, que deixamos de lado o sentimento do outro. Quando o assunto é maternidade, a palavra de ordem sempre deve ser empatia.

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